Um homem bateu em minha porta e eu tive medo, não entendi, fiquei em dúvida, mas abri.
E sempre quando abrimos uma porta, coisas entram, coisas saem por ela.
E ele, lindo, imponente, doce, orgulhoso, despretensioso, entrou.
E, senhoras e senhores, eu coloquei as mãos no chão. Os pés pro alto. O coração nas nuvens.
Senhoras e senhores eu pulei de um pé só em um abismo escuro, deserto, quente e cheiroso. Pulei. Saltei. Me joguei.
Senhoras, e senhores também, eu tive que girar pra conseguir entender, pra conseguir enxergar que ali não era meu mundo. Ali não era meu lugar. Ali nada era meu.
E hoje?
Hoje, senhoras e senhores, ele não está mais aqui.
O abismo sumiu e tudo que temos é raso. Superficial. Nada tão intenso.
Hoje, estamos eu e meu coração sem um teto, sem calor, sem chão.
No olho da rua.
Nana
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