quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Saindo da rotina. Um de meus escritos...



Um homem bateu em minha porta e eu tive medo, não entendi, fiquei em dúvida, mas abri.

E sempre quando abrimos uma porta, coisas entram, coisas saem por ela.

E ele, lindo, imponente, doce, orgulhoso, despretensioso, entrou.

E, senhoras e senhores, eu coloquei as mãos no chão. Os pés pro alto. O coração nas nuvens.

Senhoras e senhores eu pulei de um pé só em um abismo escuro, deserto, quente e cheiroso. Pulei. Saltei. Me joguei.

Senhoras, e senhores também, eu tive que girar pra conseguir entender, pra conseguir enxergar que ali não era meu mundo. Ali não era meu lugar. Ali nada era meu.

E hoje?

Hoje, senhoras e senhores, ele não está mais aqui.

O abismo sumiu e tudo que temos é raso. Superficial. Nada tão intenso.

Hoje, estamos eu e meu coração sem um teto, sem calor, sem chão.

No olho da rua.

Nana

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