sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Filtro Solar da Joanna. Não o do Bial.

    Mais um ano que se inicia nessa nossa vida de meu Deus e mais um post que vos trago nesse nosso blog da Joanna.

   O final de 2018, pra mim, já foi um recomeço pra muitas coisas. Depois que passou meu aniversário, em Novembro, eu senti que um novo ciclo já estava começando, antes mesmo do ano, de fato, terminar. Comecei a já colocar em prática algumas coisas que eu vinha adiando: consultas, exames, pagamento de algumas coisas não essenciais, alimentação melhor, etc. E uma dessas resoluções que fui protelando foi dar uma atenção especial à minha pele.

   Dermatologista é sempre um médico que você deixa pra depois, né? Ninguém - pelo menos ninguém que eu conheça - tem urgência em ir ao dermato.  A gente marca e desmarca e remarca mil vezes quando tem algum problema aparente ou quando tá percebendo que o negócio está desandando. Meus caros, com 34 anos eu não preciso nem dizer porque marquei a consulta e, efetivamente, compareci. Não é mesmo? Prossigamos.

    Quando cheguei no consultório eu não sabia muito  bem o que dizer. Por vergonha e por total desconhecimento sobre o assunto -cuidado com a pele-. Eu sou muito, mas muito relapsa com essas coisas. E admito isso até com um pouco de culpa. Acho importante que a gente se cuide, mantenho meus exames em dia, mas no que diz respeito a proteção de pele, cuidados, hidratação... vixi... Comecei a cuidar do meu cabelo depois que tasquei aquele loirão platinado por uma questão de sobrevivência mesmo. Era cuidar deles ou ficar careca. Ou ficar com o cabelo parecido com os fios de uma boneca velha. E, por pura obrigação, me dediquei a isso e hoje conheço muitos produtos e tratamentos bem bacanas. Agora, pele? Dormir sem maquiagem? Protetor solar quando acorda? Nunca nem vi. Massss, entrei no consultório na cara, na coragem e nas rugas.

   A médica parecia uma Barbie; sério. A parede do consultório dela tinha umas formas geométricas que, quando eu olhava muito fixo pro rosto dela, a parede parecia se mexer. Eu meio que estava em transe com aquela pele, aquele olho claro, cabelo bem cuidado e aquela parede que mexia. Foi quando ela, então, fez a pergunta que eu tanto temia:

- Joanna, o que te trouxe aqui?

   Eu poderia responder mil coisas, duas mil. Mas eu não conseguia pensar em nada porque eu não tinha uma resposta. 

- Eu já tenho 34 anos; queria saber se está tudo bem com a minha pele.

   Dentro de mim eu mesma já me respondia "óbvio que não, linda", mas ela, com toda a sua paciência e elegância, me levou pra maca e pediu pra tirar minha maquiagem e bater umas fotos do meu rosto.
Fotos batidas, fomos ao computador olhar de perto e por dentro esse belo rostinho que Deus me deu. 
Diagnóstico dado, partimos para o tema tratamento. E é aqui que meu texto começa. Sim. Tudo que você leu até agora foi só introdução. Só lamento.

   Eu já fui três vezes em consultas com dermatologistas. A primeira vez foi por conta de muita caspa no cabelo, do nada. A mulher passou um shampoo tão caro que as caspas saíram sozinhas mesmo com pena de mim e da minha situação financeira. 
   Na segunda vez eu tive uma queloide no nariz, por conta de um piercing, que não saía por nada!! Até injeção no nariz eu tomei e a bendita queloide ali permanecia. Desisti do piercing e das injeções.
   Já na terceira vez a doutora passou um tratamento, que envolvia ácido que não me permitia pegar sol e protetor solar de uma marca carí$$ima, que no total somava uns R$500,00 em produtos. Óbvio que não comprei.

   Dessa vez, diferente das outras e de muitas outras situações na minha vida, eu decidi falar a verdade. Comecei com "olha Dra. se a Sra. me passar um tratamento caro, eu vou ser bem franca, eu não vou fazer...". E assim, dessa forma, ali naquele consultório nós iniciamos uma relação de confiança mútua, de cumplicidade. Eu romantizo muito as coisas, eu sei, mas foi exatamente isso que eu senti.

    Depois eu disse que com produtos que não me permitissem pegar sol eu também não me adaptaria e ela, prontamente, me ouviu e atendeu. Saí de lá com a receita na mão e o sentimento de dever cumprido e lealdade comigo mesma. Porque pela primeira vez, dentro daquele ambiente dermato, eu  não tive vergonha de me mostrar como eu sou. Não tive medo de dizer "se for caro, eu não compro". Eu não fui honesta só com ela. Eu fui honesta, principalmente, comigo em não me esconder atrás de um sorriso besta e engolir tudo que ela me dissesse pra depois sair dali e vomitar na portaria do prédio. Eu disse a verdade, ela a recebeu, entendeu e retribuiu.

   Depois disso eu pensei: Meu Deus, quantas e quantas vezes eu menti pras pessoas com medo de magoá-las, com medo de ser rejeitada, com medo de ser julgada, com tantos motivos que eu repetia pra que eu pudesse me justificar pra mim mesma. E no final das contas quem ficava mal, de fato, era eu! Porque quando você mente você carrega aquilo com você te consumindo aos poucos. A mentira aprisiona e te coloca na condição do "se". "E SE eu tivesse dito a verdade?". E se tem uma coisa que  eu detesto, meus caros, é viver sobre a sombra do "se...".

   A consulta foi só o primeiro passo pra uma nova maneira de lidar com as situações onde eu preciso, de certa forma, me expor. Foi um chute pra encarar de forma diferente as muitas vezes na vida em que eu vou precisar dizer: "então, se for pra ser assim, eu não quero". E quando a gente lida pela primeira vez com isso, mesmo que tarde, mesmo que num consultório de dermatologia, é inesquecível!

   Eu saí de lá com a consciência tão tranquila e uma vontade tão grande de levar aquele relacionamento a sério! Aprendi o valor do protetor solar todos os dias e da verdade nua e crua em todo o tempo. Ah, e com meus produtos e tratamento "mara" que custou apenas R$180,00!


                                                   
                                                                                                              Nana