quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O lavabo - série biografia

Boa noite amigos,

O post de hoje é um pouco, digamos, fisiológico. 

Minha vó Gilda desde muito nova tinha uma amiga muito rica. E na maioria das vezes que essa amiga rica viajava de férias, ela pedia que minha avó cuidasse da casa pra ela. Que mantivesse a casa em ordem, que orientasse os empregados e tomasse conta das coisas. 

Numa dessas vezes eu e meu irmão fomos com a minha avó. Eu, ele, minha avó, minha bisavó e minha irmã.

Era um apartamento enorme em São Conrado, de vista pro mar. Era daqueles prédios com um apartamento por andar, sabe? Um luxo!

O apartamento era enorme e nós tínhamos acesso a tudo, menos ao quarto do casal. Mas o tudo já incluía bastante coisa. Uns 5 quatros e 2 suites, dois banheiros sociais e um lavabo, uma cozinha enorme! Sala pra tudo: sala de tv, sala de jantar, sala de estar, sala de um monte de coisa. 

Minha bisavó andava muito devagarinho e, por várias vezes, perdemos ela dentro do apartamento. Ela e a babá da dona da casa, já com a mesma idade que minha bisavó, não se davam. De jeito nenhum. E eu e meu irmão tínhamos a missão de não deixar as duas se encontrarem (minha bisa pediu isso, não tinha como negar). Só que perdendo ela desse jeito dentro de casa ficava muito difícil! 

Minha bisa era uma pessoa muito engraçada! Divertida, carinhosa, mas muito MUITO implicante. E com essa senhora ela implicava num grau, engraçado de se ver. 

Na hora das refeições sentávamos naquela mesa gigante, chique, linda! As vezes me dava tanto nervoso comer naquela mesa enorme, com pouca gente, que eu ia pra cozinha e almoçava com as empregadas. Era mais divertido. 

Bom, num belo dia, minha irmã chegou lá com uma amiga pra passar o dia. Como a casa era enorme a gente quase nao via ninguém, mas sabíamos que elas estavam por lá. 

Até que minha vó, a tarde, aos gritos, nos chamou:

- Joanna e Davi, venham pra sala, temos uma reunião de emergência!

Oi? Reunião? 

Todos já estavam sentados na sala e nós chegamos depois. O clima não estava dos melhores.

- Bom, temos um problema! - minha vó era mestre em dramatizar as coisas. Puxei muito isso dela! - alguém usou o lavabo da maneira errada! 

Eu confesso que a princípio nao entendi do que se tratava. Não fazia idéia do que ela quis dizer com "usaram da maneira errada" um lavabo... 

- Fizeram cocô no lavabo e todo mundo sabe que lavabo não é lugar de fazer cocô! 

Eu ri. Não deu. E fui condenada com todos os olhares. Gente, reunião de emergência por causa de um cocô? Era só tocar a descarga, não? 

Minha vó pediu que a pessoa que fez aquilo se acusasse. Porque era mais digno! Mas uma pessoa que faz cocô no lavabo, tendo trocentos banheiros no apartamento, é digna de que gente? 

A reunião se estendeu com acusações pra todos os lados. Sobrou até pro meu irmão que era o mais novo e mal tinha argumento pra se defender. O álibi dele era estar comigo o dia todo. 

Os empregados foram chamamos e minha vó pediu que ninguém contasse nada pra dona da casa, como segredo mesmo. O lavabo era realmente lindo, cheiroso, mas não acho que a dona da casa se importaria tanto. Acho. 

Mais tarde minha bisa me chamou e contou que a amiga da minha irmã tinha saído do lavabo e ela tinha visto, mas como minha vó nao ia acreditar, era melhor deixar pra lá. Ainda disse que tinha certeza que a babá ia contar tudo pra dona da casa, porque ela era fofoqueira e intrigueira! E pra completar mandou a sentença de que, depois daquilo, não voltaríamos mais naquele apartamento!

Se a babá contou, jamais saberemos. (Que Deus a tenha), mas o fato é que nunca mais voltamos praquele e nenhum outro apartamento. Por causa de um cocô mal cagado! 

Bendita sabedoria dos velhos! 

Nana.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O primeiro beijo - série biografia




A imagem é linda né?! O sonho de qualquer adolescente... Mas não foi NADA parecido com isso meu primeiro beijo. 

Vamos ao post de hoje! 

Eu tinha 13 anos e era apaixonada pelo Walace, o vizinho novo do prédio do lado. Hoje, Walace jamais entraria na minha lista de "queridos". Desculpa Walace. Mas na época ele era tudo que eu sonhava. 

Até que um dia tivemos a brilhante idéia de fazer uma festa americana na casa da minha melhor amiga, Clara, cuja única intenção, ao criar o evento, era que eu e Walace começássemos a ser um casal. 

Armamos tudo! Convidamos a rua quase toda, compramos as coisas pra decoração, o papel celofane azul pra cobrir a lâmpada, a corda pra Dança da Cordinha... Os meninos levariam as bebidas, as meninas as comidas. Nossas mães ficariam na cozinha pra ajudar a servir as coisas. 

Walace foi ajudar na arrumação e, durante uma das musicas do Exalta Samba, dançamos juntinhos. Tudo estava indo muito bem! 

A festa começou. As pessoas chegando, a música tocando, a cordinha esticada, o povo passando, e chegando mais gente, e tudo bombando! 

Clara armou todo o esquema e o primeiro beijo seria no quarto dela. 
- Joanna, vai indo pro meu quarto que daqui a pouco ele vai! 

Era meu momento. 

O "daqui a pouco" durou uns eternos dez minutos. Até que ele abriu a porta. Achei que ia cuspir meu coração na boca dele quando o beijo, enfim, acontecesse. O bicho pulava dentro do peito e eu pensei que fosse morrer! Ficamos conversando sobre umas coisas nada a ver, eu querendo morrer, ele querendo me agarrar. Até que ele foi chegando perto, os olhos foram fechando, fechando.... E meu irmão! A língua dele parou na minha glote! Eu fiquei imóvel enquanto aquele beijo horroroso quase me fazia vomitar!! Sabe quando você enfia o dedo na garganta pra botar os bofes pra fora?? Gente, a MESMA sensação! Eu só queria que aquilo acabasse logo antes que uma tragédia acontecesse, e ela aconteceu! Minha mãe abriu a porta do quarto!!!!!! Olhou pra nossa cara, pediu um "desculpa" meio rindo e saiu. A MINHA MÃE, véi! 

Ele deu uma risadinha tipo "vamos fingir que isso não aconteceu", mas estava acontecendo. E estava ruim demais. Ganhei mais uns 3 beijos como aquele pedindo a Deus pra não vomitar! E eu ficava parada, imóvel, enquanto ele tentava pescar alguma coisa dentro da minha garganta!!! Pedi que saíssemos do quarto porque, afinal, minha mãe ia pensar coisas... 

Gente, ruim demais. Tudo! 

O saldo disso tudo? 

- A festa encheu de penetra e tivemos que expulsar todo mundo pra acabar com aquela galera fazendo zona na casa da Clara; 

 - Minha mãe me gastou por meses depois daquele flagra no quarto;

- Walace inventou pra rua inteira que fez mil coisas comigo naquele quarto. O azar dele é que eu era muito amiga dos garotos (quase um deles, na verdade) e eles me defenderam. Ameaçaram de bater nele, caso a difamação continuasse. 

Walace, querido, sei que não vai ler isso, mas saiba: nao foi bom!! Tava bem ruim! E difamar as pessoas, ainda mais no meu caso que nem a mão, nem a cabeça, saíram do lugar, te faz um cara bem babaca desde os 13 anos. 

Mas, sempre existe o segundo beijo né gente? Ai foi ooooooooutra história.....! ;)

Nana 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A festa! - série biografia

Boa noite povo lindo!! 

Bom, antes do post de hoje gostaria de pontuar algumas coisinhas...

- as postagens não tem ordem cronológica;

- alguns nomes serão alterados por questão de não querer comprometer ninguém, mas quem é sabe! 

Comecemos..

Eu era adolescente. E pra qualquer adolescente festa de 15 anos é O evento! Em festa de 15 anos tudo de melhor acontece... 

Uma amiga nos convidou pra ir na festa de 15 anos de uma amiga dela. Segundo ela, ia ser a festa do século! Festão mesmo! Isso foi repetido diversas vezes! Inclusive fora feita a exigência de que fôssemos MTO elegantes pra não passar vergonha nessa festa tão bombástica. 

Na minha adolescência as vacas estavam bem magrinhas. Não que agora estejam gordas, mas naquela época era bem pior. Passei uma semana catando roupa pra poder ir nesse mega evento. Vestido emprestado, sapato emprestado, bolsa idem. Tudo pra não fazer feio! 
No dia da festa passamos um dia inteiro nos arrumando! Eram mais ou menos umas cinco meninas. Até arrumar cabelo, roupa e estica e puxa..... 
A amiga que tinha o carro mais bonito, do pai claro, nos levou pra festa. Era em Bento Ribeiro. 

Chegamos...

De dentro do carro conseguimos já visualizar aquilo que o coração nao queria acreditar. A casa, sim a festa era numa casa, estava cheia de gente. A aniversariante de bermuda e chinelo. A fumaça do churrasco saía do quintal. Eu queria sumir! Descer do carro estava fora de cogitação, mas a gente já estava parada ali e a festa já estava parada olhando pro carro. Vergonha, desespero! O motorista do nosso carro ria e falava "essa é a festa???" Sim, essa! 

Depois de muito custo e de muito acordo resolvemos sair do carro. Se uma de nós caísse no chão, virasse o salto ia ser melhor. Porque ai ia descontrair, a galera ia rir, sabe! Quebrar aquele clima! Porque a festa PAROU pra ver a gente descer e, não, não foi sexy e nem me senti em câmera lenta! Na verdade queria que acabasse logo!!! 

A desculpa foi de dizer que estávamos indo dali pra outro evento. Só demos uma passadinha. Nada justificava aquela produção toda se não fosse esse o motivo.

A festa inteira nos olhando. Nao quiseram deixar a gente na área comum da festa e enfiaram a gente na sala. SÓ a gente na sala! As pessoas passavam e olhavam estranho. Óbvio! Um casal começou a dançar forró na sala e o rapaz chamou uma de nós pra dançar. Eu só conseguia olhar pra minha amiga e perguntar "por que"?

Ligamos pro namorado de uma das meninas pra nos tirar dali, nos levar pra qualquer lugar! Vocês lembram que no início da história éramos 5, 6? Ele foi nos buscar com um amigo dentro do carro....aliás preciso dizer que o carro era um gol quadrado! Aliás preciso dizer que esse namorado da minha amiga não tinha carteira de motorista.

E pra sair dali? Chegamos naquele carrão e saímos como sardinhas enlatadas naquele carro! 

Fomos embora e pensamos: nada pode ser pior! Uma briga pra decidir pra onde ir. Decidimos ir pra Praia da Bica. Nós e a polícia que fazia uma blitz no caminho! Fiquei completamente dormente. Era óbvio que iriam nos parar!!! Não tinha como não parar! Meu amigo saiu do carro para "negociar". Voltou todo serelepe dizendo que resolveu!

- como? 
- paguei!
- quanto? 
- cinqüenta reais, nao tinha trocado! 

TODO MUNDO TINHA TROCADO! Aquele povo todo dentro do carro tinha dinheiro,  moeda, chiclete! Cinqüenta reais!!!!!!!!!! 
Fomos falando isso até lá! Sem parar! Ninguém se conformava de perder cinqüenta pro polícia! Na minha época de adolescente (não se meta a besta de perguntar quanto tempo tem) isso era muito dinheiro! Pra perder num suborno!??? 

Comemos, bebemos, rimos e enfim, fomos voltar pra casa.vMas não antes de parar na MESMA blitz da ída! Jkkkkkkkkk sério era a mesma! 

E o mesmo policial mandou encostar! Meu amigo já saiu do carro gritando: 

- JÁ TE DEI CINQÜENTA REAIS! 

Ele mandou calar a boca e ir embora rápido! Provavelmente ficou com o dinheiro todo pra ele e não queria dividir...

Enfim, hoje a gente ri disso. Aposto que se lerem essa história vão lembrar desse dia com um sorriso grande nos lábios, porque HOJE é engraçado! Naquele dia foi uma pagação de mico gigante! 

A lição disso tudo é: Quando for fazer uma festa, coloque os trajes no convite e JAMAIS deixe um amigo chamar os amigos dele. JAMAIS; não ande com motoristas sem carteira; não confie quando sua amiga disser que a festa é O evento e, por último e mais importante: cinqüenta reais NUNCA! 

Nana