segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

É, amor.

Odeio quando eu fico besta.

Odeio quando meus olhos ficam marejados com lágrimas de emoção ao ouvir uma música. Ou quando olho pro céu, ele tá azul, os pássaros cantando e o sol sorrindo. Odeio sentir tanta alegria nisso tão pequeno. Tão lindo e pequeno.

Odeio quando eu ligo o rádio e tá tocando aquela música que me lembra sua mão, seu cabelo, seu rosto, seu sorriso tão perto do meu sorriso. Sorriso besta esse que fica estampado na minha cara ouvindo música de olhos fechados. Que ódio.

Detesto ficar ouvindo mil vezes a mesma mensagem ou lendo bilhões de vezes o mesmo texto pra lembrar de coisas que eu jamais esqueceria. Mesmo se eu quisesse, mas eu não quero. Odeio não querer. Pra que tanto querer?

Me sobe uma raiva quando eu fico esperando uma buzina na minha porta, meu telefone tocar, meu celular apitar, meu nome gritado na rua, uma foto de ingresso de cinema ou do seu pé na areia quente. A gente fica num sofrimento esperançoso gostoso, uma tristeza acolhedora, um nervoso que acalma. 

Mas que horror!

Odeio quando leio poesia e todas eu queria transcrever, tatuar, escrever nas paredes da minha casa. Em todas as paredes. Em todos os cômodos.

Odeio ser tão louca a ponto de ficar negando opções, negando corações, negando sugestões. Negando tudo, por alguém que eu não sei se me nega, renega, cega...


Eu não sei nem como posso terminar esse texto, de tanta raiva, tanto ódio, tanta lágrima, tanta esperança, tanta saudade. Tanta saudade.


                                                                                                               
                                                                                                                  Nana.